terça-feira, 23 de fevereiro de 2010

PlayList



domingo, 21 de fevereiro de 2010


MADEIRA, A EPOPEIA RURAL
, JOAQUIM VIEIRA NATIVIDADE, 1954, JUNTA GERAL DO DISTRITO AUTÓNOMO DO FUNCHAL.


quarta-feira, 17 de fevereiro de 2010

Taxa de desemprego atinge os 9,5% em 2009

Taxa de desemprego em Portugal, entre 1953 e 2009 (valores aproximados)


Responsáveis, como é habitual, não existem.


domingo, 14 de fevereiro de 2010

Sócrates tem condições para continuar como PM?


Entendo que não. A desconfiança política que envolve o homem José Sócrates não me permite continuar a confiar de maneira alguma neste Primeiro-Ministro. Melhor que o episódio da tentativa de controlar determinados meios de comunicação contado na sua plenitude, são os pormenores que o constituem e representam a génese de todos os vícios da democracia nas relações obscuras entre o poder político e económico. Não julgava tal enredo possível.


Tendo em conta que se trata de escutas mais do que fiscalizadas e analizadas (no âmbito do processo Face Oculta), vou assumir que se trata de um enredo verdadeiro. Puramente verdadeiro. Nesse sentido, começo por não perceber a orientação de determinados socialistas (como Ana Gomes e Vítor Ramalho) que consideram que se devem prestar mais esclarecimentos e manter a investigação sobre este caso, num rasgo de distanciamento "mínimo" das posições oficiais do Governo (que são de nem sequer comentar o caso ou assumir que tudo o que está mal parte sempre do Ministério Público), sem que seja tomada qualquer decisão no seio do partido de substituir o actual PM. Que rebeldia, que distanciamento....Acontece que as escutas divulgadas pelo SOL mostram que esteve em curso um plano mais do que concreto de manipulação e tentativa de controlo de determinados grupos de comunicação social! Não basta o que já foi divulgado? Pelos vistos não.


Eu não sou a favor que se substitua o Governo socialista. Num contexto de elevadíssima dificuldade económica, em que a respeitabilidade do país se joga nas agências de rating e nos mercados internacionais como se uma bolsa de valores se tratasse, é necessário cumprir o orçamento, dar todos os sinais possíveis de estabilidade, mostrar à UE e aos investidores da dívida pública portuguesa que temos um caminho a seguir e este prende-se com a redução do défice orçamental. Uma gestão governativa a duodécimos seria catastrófica no panorama actual e creio que o PSD não estaria pronto a governar tão cedo. No entanto, a manutenção do actual PM não possibilita qualquer rumo governativo com a estabilidade e sustentabilidade desejáveis, mesmo num contexto internacional. Por isso, creio que a substituição de Sócrates seria um mal menor.


Contudo, não vejo figuras como João Cravinho, Vera Jardim, Jaime Gama, Ana Gomes, Ferro Rodrigues, Manuel Maria Carrilho, Mário Soares, Almeida Santos, Medeiros Ferreira, enfim, socialistas com alguma respeitabilidade no panorama político nacional, darem o "toque de partida" e considerarem sequer a alteração do PM (pelo menos no domínio público). Num partido que muitas vezes se agarra ao poder e utiliza as suas redes como proliferação do seu domínio, mas ao mesmo tempo tem acessos de liberdade respeitáveis, era de esperar maior desprendimento face ao poder e iniciativa própria nos momentos mais delicados. Considero que o PS não tem estado à altura dos acontecimentos.


Resta ao PSD seguir o seu rumo e eleger o melhor candidato possível. Este candidato poderá não vir a ser o próximo PM, mas terá elevadas probabilidades de o ser, nem que seja daqui a 4 anos mantendo uma saudável rotação partidária nos lugares de decisão.


PS: Não entendo Eduardo Pitta que refere que o caso das escutas preocupa cerca de "500 pessoas (magistrados, polícias, spin doctors, jornalistas, políticos, intelectuais, colunistas, bloggers, activistas, patetas à boleia)". Eduardo Pitta simplesmente não tem noção que o país real também pensa para além da sua carteira e dos seus problemas mais imediatos. Pensa, por exemplo, na honestidade dos seus políticos e na reputação do país no exterior.


Caldeirão da vergonha


Do que se tem ouvido e sabido nos últimos dias/semanas referente ao designado caso "Escutas/José Sócrates/PT/Media Capital/Prisa/", deixo de seguida algumas notas de reflexão:


  • Rui Pedro Soares e Soares Carneiro (ambos membros da Comissão Executiva da PT, o primeiro com o pelouro do imobiliário, segurana, autarquias e patrocínios e o segundo com responsabilidade ao nível da gestão do Fundo de Pensões da PT): dois boys tão típicos da realidade Portuguesa, com uma ascensão meteórica potenciada pela tão habitual nebulosidade entre política e meio empresarial. Ficámos a saber coisas tão "normais" como o facto de o fundo de pensões da PT ter feito um investimento de €75 milhões na Ongoing, por forma a injectar músculo financeiro nesta última com o objectivo final de adquirir, pela porta do cavalo, uma posição relevante na Media Capital. Soube-se ainda que, pelos vistos, a PT tem dinheiro para dar e esbanjar, visto ter alegadamente atribuído de €750 milhares de euros a Luís Figo para apoiar o PS nas últimas eleições legislativas (diga-se de passagem que o ex-capitão da Selecção Nacional nunca enganou quando ao seu carácter merc$ntilist$).

  • Henrique Granadeiro e Zeinal Bava (respectivamente Chairman e CEO do Grupo PT): parece que o primeiro de sente "encornado" pelo facto de alegadamente não saber do esquema montado pelo Governo no sentido de usar a sua posição na PT para adquirir a Media Capital e, dessa forma, formar um grupo de comunicação social favorável ao Governo. Ora, das duas uma: ou está a mentir e pactuou com algo de muito grave ou não sabia de nada (o que parece estranho, ainda mais devido ao tema altamente sensível de que se trata) e então não tem condições para manter confiança pessoal na Administração da PT. Zeinal Bava, com a sua aura de "mago das finanças", sai chamuscadíssimo desse enredo, ainda que com a habilidade de fazer transparecer que nunca teve nada que ver com esta operação (não é por acaso que numa certa fase tentou fazer o negócio através de fundos de investimento).
  • José Sócrates teve azar no meio disto tudo. Pensou que podia controlar um conjunto de meios de comunicação social à custa do dinheiro de todos os contribuintes numa lógica de controlo da informação que tem, em muitos aspectos, semelhanas aterradoras com o Estado Novo. Mentiu aos Portugueses e aos deputados da Nação quando disse no Parlamento que não sabia de nenhuma operação que estivesse a ser preparada no sentido de tomar de assalto um canal privado de televisão Nacional. Acresce a esse facto a evidência que agora se torna clara de que colocou enorme pressão num conjunto vasto de pessoas cujo futuro profissional dependeria sempre de confiança política e, mais grave do que tudo, insiste na teoria da "cabala política" contra a sua figura. Não tenho qualquer dúvida que em qualquer País civilizado já há muito tempo que o próprio partido o tinha posto de lado, forçando uma alternativa em termos de liderança, isto já para nem falar da ausência completa de sentido de estado e ética por parte de José Sócrates. Mas também, com uma carreira pessoal e política feita dos casos que conhecemos, não se esperaria muito melhor...


Classe, Sensualidade e Estilo














Yulia Tymoshenko


terça-feira, 9 de fevereiro de 2010

Involução económica de Portugal

Peso do Saldo do Sector Público Administrativo no PIBpm(pc) em Portugal (1954-1995):

Fonte: Inflação e Défice Orçamental: Que Relação em Portugal, Agostinho S. Rosa, 2005, Universidade de Évora, Departamento de Economia.




Taxa de desemprego (sentido lato) em Portugal (1954-1995):


Fonte: Inflação e Défice Orçamental: Que Relação em Portugal, Agostinho S. Rosa, 2005, Universidade de Évora, Departamento de Economia.



Taxa de câmbio efectiva nominal do Escudo (pelo incerto), Portugal (1954-1995):

Fonte: Inflação e Défice Orçamental: Que Relação em Portugal, Agostinho S. Rosa, 2005, Universidade de Évora, Departamento de Economia.


Seria interessante prolongar os dois primeiros gráficos até 2009.


sábado, 6 de fevereiro de 2010

Vergonha


"A nomeação de Vítor Constâncio para vice-presidente do Banco Central Europeu já terá sido assegurada por Berlim, segundo a imprensa alemã deste sábado, que avança que a nomeação deixará o caminho livre para Alex Weber aceder à presidência em 2011.

Weber é o actual presidente do banco central alemão. De acordo com o jornal Wirtschaftswoche, que cita fontes próximas dos bancos centrais, para a reunião informal da União Europeia (UE) que decorre quinta-feira, a chanceler alemã Angela Merkel já terá reunido um «largo consenso» a favor da nomeação do português Vítor Constâncio.

Os ministros das Finanças da Zona Euro irão escolher dia 15 deste mês quem irá passar a ocupar a vice-presidência do BCE.

Uma vez feita esta escolha, o Conselho de Governadores da autoridade monetária terá de dar o seu parecer, antes de o sucessor do grego Lucas Papademos ser formalmente nomeado pelos chefes de Estado e de Governo dos 27, na cimeira de 25 e 26 de Março.

A escolha deverá ser feita entre o presidente do banco central do Luxemburgo, Yves Mersch, e o português Vítor Constâncio.

Para os analistas, as duas nomeações - vice-presidência e presidência - estão relacionadas, uma vez que o mandato de Trichet (actual presidente) termina em 2011.

Numa óptica de representação equitativa entre o norte e o sul, a escolha de Vítor Constâncio será favorável a Alex Weber, refere a imprensa alemã."

Fonte: TSF on-line

Em relação a esta notícia, limito-me a dizer o seguinte. É o reconhecimento de que a incompetência e a falta de coragem (quando se é pago principescamente precisamente para assumir essas responsabilidades) são recompensados, não só em Portugal como pelos vistos no seio da União Europeia. Vergonha!


Arctic Monkeys @ Campo Pequeno 4/2/10

Um vento (bem quente, ironicamente!) vindo do Árctico assolou o Campo Pequeno na última 4ª feira.

Ouvimos o último álbum dos Arctic Monkeys e notamos que a coisa está substancialmente diferente. A coisa tem sido mais que documentada. Parece que Josh Homme conseguiu mesmo colocar uma ponta de “juízo” na cabeça destes rapazes - em tudo o que isso tem de bom e mau. Perdeu-se a espontaneidade juvenil que o rock pedia há muito, ganhou-se uma mesma banda capaz de se reinventar e ainda assim não menosprezar por completo o passado.

Ao contrário do caótico concerto de 2007 – é óptimo para estabelecer comparações – a banda não distribui pólvora logo à primeira canção. "Dance Little Liar" não é dada a euforias e pode muito bem ser o início perfeito para esta digressão dos britânicos. Está lá tudo. Arranjos mais trabalhados, eles mais contidos e arranjados e com cabeleiras bem mais esticadas. Com "Brianstorm" o espectáculo ganha cor e imagem – surgem dois ecrãs que se dividem em dois ou três consoante o espectáculo o peça e as luzes que estão na retaguarda da banda. Dá a ideia de que estamos a assistir a um filme rock, um DVD ao vivo da banda de Alex Turner e companhia. Resulta.

Ouvimos tantas canções de Humbug como dos dois discos anteriores. Podemos preferir o novo álbum, mas é com a performance de "I Bet You Look Good On The Dance Floor" que voltamos a acreditar no rock, tal como em 2006. A cada canção dos dois primeiros discos a plateia entra em euforia e a bancada perde a compostura – vislumbramos trintões de fato a dançar ao som de "When The Sun Goes Down", outro dos momentos de celebração total. Em novos temas como "Crying Lightning", "My Propeller" e "Potion Aproaching" – tudo excelentes canções – a chama não se perde. Viria a perder-se, sim, mas só no final. Com “Secret Door", "Cornerstone" e "505" – tudo com um intervalo para encore no meio – fecham o concerto de forma introspectiva, bem diferente daquilo que fizeram em 2007 – esse concerto óptimo para estabelecer comparações.

Resumindo: em 2007, os Arctic Monkeys eram um poço de inesgotável energia que tornava cada concerto num óptimo pretexto para largar frustrações. Em 2010 estão bem mais contidos, arriscam mini-jams (propositamente estragadas) que anunciam o fim de uma canção e, acima de tudo, são melhores músicos. Nota-se.

Na primeira parte, os Mystery Jets mostraram aquilo ao que vêm: são rapazes cheios de truques, melodias trauteáveis e iguais a muitas outras bandas indie-pop banais que têm os Kooks como foco principal.


sexta-feira, 5 de fevereiro de 2010

PlayList




terça-feira, 2 de fevereiro de 2010

Ambiente estranho

O que se passou com Mário Crespo é demonstrativo da ausência de vergonha a que os titulares de cargos públicos chegaram. É este o ambiente que se vive em Portugal, e que atinge personalidades com poder, visibilidade e possibilidade de interferir com o poder vigente. Foi neste "estilo" que os portugueses votaram há 100 dias. Aguentem-se.


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«Nós estamos a chegar ao fim da inteligência e do bom senso»

Medina Carreira, no programa de televisão Prós e Contras (RTP1), 1 de Fevereiro de 2010.


«369 institutos públicos»

«537 empresas municipais»

«631 fundações»

«298 associações»

João Cantiga Esteves, no programa de telelevisão Prós e Contras (RTP1), 1 de Fevereiro de 2010.


«Nas empresas públicas eu conheço pessoas (que têm) que trabalharam dois anos numa empresa pública e ficaram com uma reforma a partir dos quarenta e poucos até ao fim da vida superior a 2000 contos.»

José Silva Lopes, no programa de telelevisão Prós e Contras (RTP1), 1 de Fevereiro de 2010.